sábado, 30 de setembro de 2017

Hoje, acordei triste

Ser mãe, ensinou-me a olhar para a vida de uma forma diferente. Aumentou em mim o amor mas também o medo. A paciência (para o meu filho) e a falta dela (para o mundo em geral e para a hipocrisia, em particular). Hoje o dia acordou cinzento e eu, acordei cansada, depois de uma noite mal dormida (aquilo do Pedro dormir a noite inteira, aconteceu uma vez...e nunca mais). E hoje, acordei assim meio cinzenta, como o dia...e a pensar como vou explicar ao meu filho a falsidade velada das pessoas. Como lhe vou explicar que vivemos, efectivamente, num mundo de egoísmo em que cada um só tem olhos para o seu próprio umbigo. Como lhe vou explicar que é preciso ser-se muito forte para não ir na corrente. Como lhe vou dizer que vale a pena ser bom, quando à nossa volta, tantas vezes, só vemos maldade. Pura maldade. Maldade refinadíssima, maquilhada e sorridente. Como o vou ensinar a manter-se íntegro e a lutar pela verdade, quando parece que, no final das contas, quem se safa é sempre quem mente mais, quem finge mais, quem pisa nos outros para sobressair...e o problema é que acaba mesmo por sobressair. Se calhar, é deste cansaço ou de uma série de situações que têm acontecido na minha vida nos últimos tempos...Ou se calhar, é só mesmo porque o dia acordou cinzento. Mas hoje, estou triste e com uma vontade enorme de ter o meu filho colado a mim...bem perto do meu coração...para protegê-lo deste mundo estúpido e cruel. 

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O primeiro dia de colégio ou "como deixar uma mãe com o coração em cacos"

Não me venham dizer que é normal, que acontece com todos, que é a vida, que é bom para o desenvolvimento dele. Já sei disso tudo, muito obrigada. Já sei mas de nada me serve saber quando, após duas horas de "adaptação", vou buscar o meu filho ao colégio e percebo que esteve a chorar compulsivamente durante, suponho eu, as duas horas que lá esteve. A educadora tentou acalmar-me ao dizer-me que "vou-lhe ser sincera, chorou um bocadinho"...mas "um bocadinho" é muito relativo e eu sei, pelos suspiros que se mantiveram durante muito tempo que foi "um bocadinho" bem grande. Não chorei. Peguei nele ao colo, dei-lhe maminha e, apesar dele não perceber nada, disse-lhe que a escola era um lugar bom com meninos queridos e que ia ser muito fixe, como se também estivesse a falar para mim própria. Mas à noite, sozinha, chorei o tempo que ele chorou porque pensar que ele está a sofrer por achar que foi abandonado, parte-me o coração em mil pedaços. Não estou a ver como vou fazer para o deixar lá outra vez. Sei que tem de ser, que é assim mesmo mas sabem que mais? Não devia ser. Não devia ser permitido este sofrimento. Não me perguntem por soluções porque não pensei nisso. Mas não devia ser assim.