sábado, 5 de novembro de 2016

Há dois meses, no dia 5 de Setembro de 2016, às nove e quarenta e cinco o Pedro nasceu. Depois de uma gravidez complicada, em que o pequeno quis vir ao mundo duas vezes antes de chegar o tempo certo e como se dissesse "ai não me deixaram nascer quando quis? Pois agora sou eu que não quero" decidiu sentar-se, como quem espera, e teve de nascer de cesariana. Com trinta e oito semanas e quatro dias, numa segunda feira de calor, conheci pela primeira vez os quarenta e quatro centímetros e meio de gente que arrebataram o meu coração para sempre. Não sei explicar o que me aconteceu quando o ouvi chorar pela primeira vez. Só sei que naquele instante, o mundo inteiro, deixou de ter importância porque o meu mundo passou a estar inteirinho naqueles olhos grandes, pretos como o céu da noite em que se acendem milhões de estrelas. E um amor enorme, maior do que esse céu, apoderou-se de mim e entranhou-se-me na pele como uma tatuagem que, tive a certeza no momento em que o conheci pela primeira vez, seria para sempre. Como nas histórias mais bonitas. Um amor para sempre. Para lá do tempo e do espaço. Dois meses depois, não imagino a minha vida sem esse amor. Tudo é pobre comparado com o que sinto ao tê-lo nos braços. Deus é sempre demasiado bom, mas desta vez, caprichou. Acho até que não merecia um presente destes. Na verdade, olhando ao tamanho deste amor, ninguém merece.
Pedro, significa pedra. A pedra que hoje, apesar do cansaço e das noites mal dormidas, me segura a esperança e me faz querer, a cada dia que passa, transformar o meu coração num coração melhor e tornar o mundo num lugar bonito onde seja possível ver o céu inteiro nos olhos de uma criança.