sábado, 5 de novembro de 2016

Há dois meses, no dia 5 de Setembro de 2016, às nove e quarenta e cinco o Pedro nasceu. Depois de uma gravidez complicada, em que o pequeno quis vir ao mundo duas vezes antes de chegar o tempo certo e como se dissesse "ai não me deixaram nascer quando quis? Pois agora sou eu que não quero" decidiu sentar-se, como quem espera, e teve de nascer de cesariana. Com trinta e oito semanas e quatro dias, numa segunda feira de calor, conheci pela primeira vez os quarenta e quatro centímetros e meio de gente que arrebataram o meu coração para sempre. Não sei explicar o que me aconteceu quando o ouvi chorar pela primeira vez. Só sei que naquele instante, o mundo inteiro, deixou de ter importância porque o meu mundo passou a estar inteirinho naqueles olhos grandes, pretos como o céu da noite em que se acendem milhões de estrelas. E um amor enorme, maior do que esse céu, apoderou-se de mim e entranhou-se-me na pele como uma tatuagem que, tive a certeza no momento em que o conheci pela primeira vez, seria para sempre. Como nas histórias mais bonitas. Um amor para sempre. Para lá do tempo e do espaço. Dois meses depois, não imagino a minha vida sem esse amor. Tudo é pobre comparado com o que sinto ao tê-lo nos braços. Deus é sempre demasiado bom, mas desta vez, caprichou. Acho até que não merecia um presente destes. Na verdade, olhando ao tamanho deste amor, ninguém merece.
Pedro, significa pedra. A pedra que hoje, apesar do cansaço e das noites mal dormidas, me segura a esperança e me faz querer, a cada dia que passa, transformar o meu coração num coração melhor e tornar o mundo num lugar bonito onde seja possível ver o céu inteiro nos olhos de uma criança.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Últimos desenvolvimentos

Às 27 semanas, do alto do seus 800 gramas, o Pedro achou por bem que estava na altura de nascer. Não se sabe o que despoletou nele esta súbita vontade de vir ao mundo (muito) antes do tempo que seria suposto mas eu desconfio que a minha barriga deixou de ser um lugar agradável para um bebé. Para além dos meses de gravidez anteriores, marcados por tudo o que é mau, os níveis de stress a que fiquei sujeito durante essa semana, foram a gota de água. No dia 15 de Junho, acordei com a barriga dura como uma pedra mas pensei que aquilo era só ele a crescer. Eram contracções. Só descobri isso à noite quando a Carla, uma amiga enfermeira com experiência nestas coisas, me aconselhou a ir à urgência. Desde esse dia que, após uns dias de internamento a tomar umas coisas para que o Pedro aguentasse cá dentro, estou em "repouso absoluto" e a rezar para que ele fique por cá mais uns tempos. Nas primeiras duas semanas depois de vir do hospital, dormia quase 24 horas por dia, tal era o meu cansaço e achei que aquele descanso forçado era uma bênção! E foi mesmo! Mas após esse tempo, começou o martírio. Dias inteiros fechada em casa a fazer passeios da cama para o sofá e do sofá para a cama e com a sensação que o raio do miúdo ia cair a qualquer momento. Ainda fui internada mais uma vez e desde então para cá, apesar do calor infernal que tenho sentido, a coisa está mais calma. Não tem sido nada fácil mas dizem que quando o tiver nos braços, tudo se esquece. E a vontade de o ter cresce de dia para dia. 

quinta-feira, 9 de junho de 2016

A barriga que não pára de crescer

Até aos 5 meses, a minha barriga não se notava. Ninguém diria, à vista desarmada, que eu estava grávida. DE UM DIA PARA O OUTRO (não estou a exagerar) ela começou a crescer exponencialmente. Tenho até a sensação que ela cresce DE HORA A HORA. Não sei onde irá isto parar mas temo, um dia destes, ao levantar-me de manhã, cair para frente com o peso.

                                                    

quarta-feira, 25 de maio de 2016

FOME

É esta a palavra de ordem dos meus dias. Os enjoos passaram (yeaaaaah!!!! Juro que pensei que isto ia ser para a vida inteira) e agora sou atacada por uma fome inacreditável. De manhã, durante o dia inteiro, de madrugada. Só uma fome imensa e avassaladora. Tento comer muitas vezes por dia e tenho sempre à mão fruta, pão integral, queijo, oleaginosas, qual mãe precavida e nutricionista exemplar. Mas depois, vou à padaria e dou de caras com pastéis de nata e croissants de chocolate e é a loucura meus amigos. É a loucura. Como entrei na gravidez com baixo peso, a coisa não é tão grave...mesmo assim, espero sinceramente que este apetite de lontra não dure os quase 4 meses que restam senão vão ver-me rebolar por Bragança. 

terça-feira, 10 de maio de 2016

Cálculo renal: a cereja no topo do delicioso bolo que está a ser a minha gravidez

Imagem retirada de: http://lokaz-tirinhas.blogspot.pt/2010_09_01_archive.html
Pois é verdade. Já só faltava mesmo a pedrinha no rim para completar a lista de maleitas "normais" na gravidez. Tudo começou no dia 29 de Abril de 2016 (nunca me vou esquecer desta data na vida) quando, ao chegar a casa à meia noite vi sangue na sanita. Para além do meu pânico por não saber o que significava aquilo, era ver o pânico do Bruno por não saber o que fazer para me acalmar. Lá fomos para a urgência onde me disseram que poderia ser uma infecção urinária. Depois da receita de um antibiótico e de muita água mandaram-me embora. Tudo tranquilo até à madrugada de segunda feira quando, às 6 da manhã acordei com uma dor que é só a pior que já tive na vida. É indescritível, é horrível, é mesmo mesmo má com a agravante de que, neste caso, não vem bebé nenhum...Apesar disso, consegui acalmar com um paracetamol e ala que se faz tarde para a urgência outra vez. Nesse dia, pouco me disseram... apenas que "poderia" ser uma pedra nos rins. Com 22 semanas de gestação e uma incerteza destas, não fiquei obviamente descansada e procurei uma segunda opinião. Mas em Bragança, conseguir segundas opiniões é bastante difícil. Por isso, tive de esperar até ao dia seguinte para ter outra crise (ainda pior que a primeira) que consegui novamente acalmar com paracetamol. Após consultar uma obstetra (fora de Bragança, já que não consegui outra alternativa) foi confirmada a suspeita de pedra no rim. "Vai para casa toma paracetamol de 6 em 6 horas e se sentir dores fortes novamente, vá à urgência". Como dá para imaginar, nessa noite pouco dormi com o medo de voltar a sentir aquelas dores infernais. Na quarta feira, apesar de sentir alguma dor no rim esquerdo ainda fui trabalhar, a pensar que a maldita pedra já tinha saído. Enganei-me. Quinta feira, às 8 da manhã, nova crise, e desta vez não me valiam nem todos os paracetamóis do mundo. Pela primeira (e espero que última vez na vida) fui levada pelo INEM para o hospital já que era impossível andar, falar ou fazer qualquer outra coisa que não fosse gritar de dor. Escusado será dizer que fiquei internada durante três dias com doses cavalares de analgésicos. Detectaram-me uma sacana de uma pedra de 6mm encravada na bexiga. Não vou descrever a sensação de estar grávida e simultaneamente nestas condições porque não é nada bom. Já passou e acho que a pedra  já saiu (sem certezas porque não podem fazer-me outro exame que não seja ecografia). A vantagem disto (porque há sempre o lado positivo da coisa) é que, pelo que dizem algumas mulheres que já são mães e que que já tiveram cálculos renais, parir é bastante menos mau. Posto isto, estou preparada! Venha ele, venha qualquer dorzita que o estágio está feito! O bebé está bem e no fim de contas, é o que interessa. 

quarta-feira, 27 de abril de 2016

terça-feira, 19 de abril de 2016

Nos últimos dias

Tirando o mau estar que continua instalado em todo o seu esplendor, na quinta feira caí. Escorreguei porque desde que estou grávida, para além dos sintomas TODOS que existem, ando mais desastrada do que é costume. Há anos que não me lembro de cair. Tinha de ser agora. É evidente que não aconteceu nada ao pequenote(nota) porque o meu instinto fez-me virar para o lado esquerdo. Já eu apanhei um valente susto e fiquei cheia de dores no corpo todo. E é isto. Uma beleza, portanto.
Hoje vou fazer a ecografia morfológica e estou em pulgas para descobrir finalmente se o que tenho a crescer aqui dentro é um rapazinho ou uma menina. Seja o que for, já sei que vou chorar de emoção e como uma desalmada quando descobrir. Chorar é coisa que tem acontecido com bastante frequência nos últimos meses. Com motivo mas sobretudo sem motivo. E é isto. 

domingo, 17 de abril de 2016

Porque é que decidi ser mãe?

Sei lá. A sério...sei lá... Apesar de ter sido uma decisão pensada, é daquelas decisões que não se sabe muito bem porque se tomam. Como é a primeira vez, não posso dizer que decidi ser mãe porque adoro a experiência ou porque um filho dá um sentido diferente à vida ou porque não há amor maior. Posso dizer que adoro crianças mas também já me disseram que não tem nada a ver. Por isso não sei...sei que quando penso na responsabilidade de educar uma criança, sinto um misto de encantamento e terror. Se por um lado me parece maravilhoso ver crescer uma pessoa que se gerou dentro de mim, vê-la transformar-se em alguém crescido com personalidade própria e com o poder de deixar este lugar um pouco melhor do que quando nasceu, por outro, temo o esforço medonho que é educá-la para os valores que considero fundamentais. O mundo sempre foi mau, é verdade. Mas agora...agora vou ser (sou) mãe e tudo ganha uma perspectiva diferente. Tudo se agigante....o medo que sejam maus para ele o medo que ele seja mau para o mundo. É estranho que este desafio que sei que me vai deixar noites sem dormir e com o coração cheio de dúvidas e me parece tão assustador é o que mais me fascina nisto de ser mãe. E isto já deve ser amor. 

terça-feira, 5 de abril de 2016

A primeira roupinha

Ainda não sabemos o sexo da criaturinha mas a avó Zélia já fez questão de providenciar a primeira roupinha que é só a coisa mais fofa de sempre!

Neck & Neck

segunda-feira, 4 de abril de 2016

A gravidez: essa fase tão bonita da vida de uma mulher. Só que não.

Se me perguntarem se estou a gostar de estar grávida a minha resposta será um imediato e decidido e gigante NÃO.  Tem sido horrível. Não vale a pena pintar isto com as cores do arco-íris. Dizem que gravidez não é doença (ah ah ah). Pois não. Não é. Mas é assim que me tenho sentido desde as oito semanas: doente.  Tendo em conta que estou com uma gestação de dezasseis semanas (mais coisa menos coisa) significa que há cerca de dois meses que tenho a sensação de ter sido dominada por um vudu poderosíssimo capaz de me arruinar a vida: enjoos (muitos, constantes e perturbadores), um cansaço gigante que me faz sentir incapaz de levar a vida, tonturas, dores de cabeça dia sim dia sim, uma azia que me deixa a arder, gengivites (até gengivites...quem tem gengivites na gravidez pelo amor de Deus?), alterações de humor que tanto me deixam histérica de alegria como deprimida e a chorar sem motivo...enfim...tudo de bom. "Ah isso é normal", dizem as pessoas entendidas na coisa...pois, está bem. Obrigada pela informação mas isso não diminui a sensação de ter sido esborrachada por um tractor. A minha esperança sempre foi que isto durasse "apenas" até aos três meses. A verdade é que já estou quase de vinte semanas e ainda não consegui largar o nausefe (bendito comprimidinho que ao menos me deixa ir trabalhar apesar de me dar uma moca de sono que me deixa a dormir em pé). 
Posto isto, tenho a dizer que a maternidade, para mim, não está a começar da melhor forma. Se há partes boas? Claro que sim (aposto que já estavam a chamar-me desnaturada e egoísta). A parte boa é tudo o resto...saber que o pequenino(a) está bem, que está a crescer, que tem mãozinhas, pézinhos, que o coração bate depressa, pensar no nome, pensar no quartinho, enfim...pensar que há uma vida a crescer aqui dentro (o que não deixa de ser perturbador, mas maravilhoso).